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Não importa se estive, ou não!

A vida é um emaranhado de ações, reações e acontecimentos. Aqui, incluem-se as nossas ideias, pensamentos, divagações e estados de sentir. Ouvir a nossa intuição é primordial!

A vida é um emaranhado de ações, reações e acontecimentos. Aqui, incluem-se as nossas ideias, pensamentos, divagações e estados de sentir. Ouvir a nossa intuição é primordial!

Não importa se estive, ou não!

04
Abr18

Na companhia de quem também nos quer! É de manhã...

Gabriela Lima

É de manhã, saio de casa

 

É de manhã, saio de casa a correr algo atrasada para uma consulta de rotina no médico. A idade não perdoa e exige estes inconvenientes muito convenientes.

Paro o carro atrás de outro que me parece avançar com determinação no entroncamento. Não reparo, não sei como foi, depois de acelerar em primeira quase a engatar a segunda, bato com estrondo no carro que não avançou afinal. Somos só nós, não há ninguém a reparar nem a comentar. Saímos do carro em movimentos sintonizados para conhecermos os “parvos” da história e apreciar os danos.

- Não se preocupe, assumo a culpa.

- Na verdade, eu parei de repente… também não fui lá muito correta.

- Mas eu estava por trás e, por isso, eu devia ter-me certificado de que não tinha ninguém à minha frente… enfim… deixe lá ver os danos… o meu só tem um arranhão quase impercetível…

- O meu, aparentemente, não tem nada! Deixe-me só abrir a mala… não vá o diabo tecê-las… Não… não parece ter nada.

- Que sorte! Foi um toque – e que toque! – limpo.

- Acho que podemos relaxar as duas, mas que ainda estou a tremer, apesar de não ter sido nada de especial, lá isso estou. Bolas!

- Eu peço imensa desculpa, eu é que estava distraída a pensar na morte da bezerra. Na verdade, eu também estou muito nervosa… olhe só as minhas mãos! Acho que vou estacionar o carro e tomar uma água.

- Se não achar muito estranho, vou consigo! Assim, se o carro se desintegrar de repente, eu posso sempre culpá-la… estou a brincar!

- Sei lá, aquilo foi uma batida poderosa… sim, claro que não me importo. Tem toda a razão, não me perde o rasto se o pára-choques cair ao chão entretanto!

Estacionamos os ditos e dirigimo-nos ao café ali ao lado que nem tinha dado conta do sucedido.

Estavamos sorridentes de nervosas e as nossas vozes tremelicavam em harmonia com os movimentos rápidos, quase descontrolados, do nosso corpo. Sentamo-nos e pedimos ambas um café! Nesta atitude errada de querer relaxar, ficamos ainda mais estéricas e desatamos em conversa infinita sobre acidentes, experiências de acidentes, etc. O tópico ideal para ajudar a chegar a um ponto de pico, para logo, finalmente, retomarmos o nível de consciência e respiração normais.

Soltámos um sopro fundo de alívio para o ar, silenciamos por momentos, olhando em torno, voltando ao estado normal. Já cientes de tudo e todos, olhamos uma para a outra com olhos desconfiados e ao mesmo tempo exclamados. Que raio de coisa seria esta de tomarmos um café depois de um acidente? Não deveríamos ter ido cada qual para seu lado, uma a falar mal da outra e a outra de si mesmo, embora criticando a falta de segurança da primeira?

Comentamos a situação e de sermos pessoas muito simpáticas. A voltar à realidade, lembramo-nos dos nossos afazeres e por que razão estavamos a conduzir e para onde íamos. O tempo urgia e tinhamos de prosseguir caminho.

- Gostei imenso deste pedacinho… apesar de a ter conhecido de uma forma pouco interessante, até achei piada!

- Sem dúvida. Pelo menos, o dia ficou mais divertido e diferente!

Rimos.

A consulta no médico expirava, entretanto.

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