Já sem malas e pesos
Já sem malas e pesos, vou dar uma volta pelo quarteirão. Lá está ele, o grande parque! Vamos lá ver se é como dizem. E é-o de facto! Um manto verde a rodear uma porção de água e à sombra de vastíssimas árvores. Piqueniques por todo o lado, ou apenas toalhas no chão e corpos deitados a enrolar-se, ou simplesmente a ler, como que supostamente a estudar, à conversa fiada, bolas a cair de rompante e cães que diria serem cães treinados para atividades de fitness, cujo objetivo é passear donos que usam a força para segurar quais rédeas em corrida animalesca.
Sim, os desportistas também estavam lá!
Sento-me num banco por ali a observar e recordar como era bom ir até ao mar, sentar-me na areia e deixar-me sonhar até o sol pousar num fim de tarde de verão.
Alugo uma bicicleta quase de criança para servir o meu tamanho e deixo-me navegar pelos caminhos e em torno do arvoredo e do lago. De repente, imprimo força para ganhar velocidade e posso sentir o suor das árvores a cair sobre mim a refrescar-me! Passa um grupo de verdadeiros ciclistas em treino muito compenetrados em corrida ritmada. Nota-se pelo sussurrar das rodas das bicicletas sobre o chão, num ápice, assim que passam e desaparecem. Quase como os carros de fórmula um… mas de sonoridade baixinha! Olho para trás e o momento já era!
De rabo dorido, mas satisfeita, chego ao meu quarto, um pouco estonteada. Sento-me em frente ao toucador e recordo o último momento naquele parque como se já lá não pudesse voltar.