Estou na praia
Estou na praia. Acho que é esta a combinada! Não me enganei. Não, claro que não!
Ali vem ele, o sr. Rapaz de ar bem-posto e tudo no sítio. Credo! Engordei uns quilos e não vou estar à altura.
Aproxima-se e cumprimenta-me com um beijinho doce na face esquerda, levanta a minha mão e diz «Vamos? Não percamos tempo. O dia está lindo!».
Incrível, ele disse “percamos”! Não é normal conjugarem o verbo assim. Como muito usariam outros auxiliares, tais como “Não vamos perder…”, “Não podemos perder…”; fala bem, o meu novo amigo.
Levou-me “voando” pela areia até à água, parou, olhou para mim, libertou o sorriso mais lindo do mundo e atirou-se em forma de golfinho a furar uma onda que me fez sentir mais alta. Logo de seguida, agarrou em mim para arrebatar com o meu estômago numa descida rápida e ritmada. Nesta descida laboriosa em termos de equilíbrio, surge um vulto a velocidade de torpedo, agarra-me pelas pernas, eleva-me, emerge da água, e solta-me num mergulho desarranjado… só tive tempo de apertar o nariz… saí da água e tive de prenda um beijo! Daqueles em que se fundem os lábios, parecendo que duram uma eternidade… só isso!